Golpe da Saúde chega ao Pronto Socorro de Peruíbe
terça-feira, 4 de setembro de 2012No último domingo (2), o Fantástico denunciou um esquema de caixa dois no pagamento dos médicos pela Osep, empresa que administra o Pronto Socorro Municipal de Peruíbe, no litoral de São Paulo. Nesta segunda-feira (3), os moradores continuam fazendo reclamações referentes ao atendimento. Os médicos e funcionários não estariam recebendo os salários. No último fim de semana, uma mulher morreu. A família diz que os médicos não a atenderam.
Sala de espera lotada e muita gente reclamando do atendimento. Segundo um funcionário, seis médicos estavam trabalhando nesta segunda-feira no Pronto Socorro, mas quem costuma ir em busca de atendimento diz que não é bem assim. Com frequência faltam profissionais da Saúde e para dar conta da procura, as consultas são rápidas.
O pintor Misael de Oliveira é um exemplo do que isso pode causar. Há dez dias foi ao Pronto Socorro com dores na vista e só não ficou cego porque não se conformou com o tratamento que foi dado. “Não me examinaram, só lavaram com soro e passaram um colírio analgésico. Fiquei dez dias ruim, eu tava com um pedaço de lâmina de serra fincado no meu olho, estava até enferrujado. Agora estou melhor porque passei em um médico particular, porque o nosso médico que temos em Peruíbe infelizmente não examina a gente”, afirma o pintor.
Desde maio, o Pronto Socorro de Peruíbe funciona sob o regime de gestão compartilhada. A prefeitura de Peruíbe contratou a empresa Osep, que recebe uma verba mensal para compra de medicamentos, contratação de médicos e funcionários. Com isso, 60 % dos médicos são pagos pela prefeitura e 40 % por essa empresa terceirizada. Segundo o membro do Conselho Municipal de Saúde, Plínio Melo, as negociações não foram feitas adequadamente. “O valor do contrato, o valor global, anual, é de R$ 24, 600 milhões, em um orçamento de aproximadamente R$ 32 milhões, então ele consome quase que 80% da verba da área de Saúde do município. O Conselho Municipal de Saúde não participou sequer da elaboração de edital, elaboração de contrato, de nenhuma atividade realizada até a efetiva contratação da organização paulistana, a Osep”, explica Plínio Melo.
Neste domingo (2), o Fantástico denunciou a empresa Osep. Os médicos que trabalham no Pronto Socorro contratados por ela não seriam registrados. Uma médica filmou uma entrevista de emprego, em que uma profissional afirma o sistema de caixa dois. “São médicos que trabalham, prestam um plantão e recebem sem nenhum tipo de recibo. Consequentemente isso é claro e inequívoca a sonegação fiscal”, afirma Plínio.
No final de semana, os funcionários paralisaram as atividades, reclamando a falta de pagamentos. Regina Alves de Souza, de 51 anos, morreu uma hora depois de dar entrada no Pronto Socorro de Peruíbe. A família diz que o médico de plantão se recusou a atendê-la.
Em nota, a prefeitura informou que já determinou o rompimento do contrato com a empresa Osep, a partir desse rompimento, a prefeitura retoma o controle de todo o sistema de Saúde da cidade.
Fonte: G1
Mais notícias sobre a Peruíbe:
- Peruíbe oferece mais de 200 vagas de emprego
- Prefeitura de Peruíbe iniciou serviços de limpeza urbana
- Peruíbe: Polícia prende suspeitos de assaltar casa de Celso Russomano
- Golpistas fingem a morte de parentes para ganhar dinheiro de seguros em Peruíbe
- Incêndio criminoso causa danos em reserva ambiental de Peruíbe